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Arquitetos: ARCHSTUDIO
- Área: 169 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Weiqi Jin
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este é um lugar destinado à meditação budista, ao pensamento e à contemplação, assim como um lugar que satisfaz as necessidades da vida cotidiana. A edificação está situada no bosque às margens do rio. Ao longo do rio, existe um monte, por trás do qual há uma grande extensão de estufas esporádicas e campos abertos. O desenho começou a partir da conexão entre o edifício e a natureza, adotando o método de aterramento para ocultar a edificação na montanha, enquanto apresenta o temperamento divino da natureza com o espaço interior que flui. Cria-se um lugar com poder de percepção onde coexistem árvores, água, budismo e o ser humano.
Para manter as árvores ao longo do rio perfeitamente intactas, a planta da edificação evita todos os troncos. A forma da planta se assemelha aos ramos que se estendem sob o bosque existente. Cinco espaços separados e contínuos são criados dentro do edifício sobre os eixos, dos quais um é norte-sul e outro que segue o curso do rio. As cinco "ramificações" representam cinco espaços de diferentes funções: entrada, sala de meditação budista, sala de chá, sala de estar e banheiro, que juntos formam uma experiência de passeio.
O edifício permanece próximo às árvores e paisagens naturais. A entrada é posicionada em frente a duas árvores. As pessoas devem caminhar em direção à edificação através de um caminho estreito por baixo da vegetação.
O santuário está voltado para a parede e em frente à água, onde a luz e a sombra das árvores passam através da claraboia e fluem no espaço interior suavemente ao longo da parede curva, refletindo a luz de Buda.
A sala de chá abre-se completamente para a piscina que está repleta de flores de lótus e árvores em ambos lados, convertendo o espaço em parte do pátio, criando uma divertida degustação de chá e das vistas.
O salão está separado das outras partes do edifício por um pátio de bambu; tal divisão permite que a vida diária sofra variações com o passar do dia. O edifício está coberto de terra e converte-se em uma extensão dela, como outro "montículo" que poderia ser utilizado abaixo das árvores.
A relação com a natureza se estende além do uso dos materiais. O concreto é utilizado nas paredes e na cobertura do edifício. As formas do concreto são armadas com tábuas de pinos de 3 cm de largura, desta maneira são impressas na superfície interior grãos de madeira natural e textura linear vertical, criando uma sensação suave e cálida sobre o frio concreto. O mobiliário está feito sob medida com tábuas de madeira cujo tom cinza é um pouco diferente das paredes de concreto.
O terraço é utilizado para o pavimento interior, onde apresenta uma pavimentação de pedra e relaciona a paisagem natural com o espaço. Adota-se cimento com seixos brancos no solo ao ar livre, o que cria uma diferença na textura entre o piso interior e o exterior.
Para refletir a textura natural dos materiais, utiliza-se madeira sólida para todas as portas e janelas. O espaço zen é enfatizado pela natureza, já que o edifício torna-se parte dela. Essa é também a meta do desenho, aproveitando o lugar, a estrutura e o material para estimular a percepção humana, ajudando assim o homem e o edifício a encontrarem o encanto da natureza inclusive em uma paisagem rural comum e conviver com ela.